quarta-feira, 17 de julho de 2013

E daí?



Luciano Beregeno



#AcordaBrasil

Gritaram as ruas, indignadas com R$ 0,20 de aumento nas passagens lá pelos lados do Ipiranga. Rufos de tambores.

#AcordaBrasil!

E as ruas formigaram, pipocaram, se iluminaram pelas chamas – sim, teve chamas, de paixão, volúpia e pra assar batatas. E os tambores rufando.

#AcordaBrasil!!

O grito foi só crescendo, se avolumando e num instante, a rua era o novo Congresso, a nova Presidência, a nova instância do poder que agora sim, estava emanando do povo e por ele sendo exercido! Soem as trombetas!

O Gigante Acordou!!

E as ruas deliraram e tudo foi colocado em ordem. Finalmente a vontade popular, escrita nas ruas, assumia as páginas da história. Finalmente o Gigante havia acordado. Querubins em coro.

Tá, tá, tá bom! Não foi bem assim que a coisa rolou, mas era uma imagem até legal que eu tava pintando. N’era não?

Concordo com você que acha que o único que riu e tinha razão era o Gigante da Johnny Walker Co. Esse sim, riu à beça. No target!

O que aconteceu foi que à medida que as ruas se inflamavam e os gritos de bandeiras ecoavam, a multiplicidade de objetivos foi minando o alvoroço. Tirem a Dilma! Matem o Lua! Esquartejem o Renan! Tragam os Milicos! Abaixo a Ditadura e viva o Governo Militar Democrático! Me dá o Bolsa Balada! Todos esses gritos acabaram se tornando várias pautas do mesmo movimento que, ingenuamente, acreditou poder prescindir das instituições pra organizar suas vontades.

Assustados num primeiro momento, governo e deputados se apressaram, com atraso, a reconhecer o risco, o perigo institucional que havia dimanado das ruas. E tentaram responder. Sessões intermináveis rejeitando PECs, aprovando projetos de lei às escuras e em caixotes e, por uma semana, o Congresso mostrou que estava trabalhando, fazendo em sete dias o que estava pra ser feito há 15 anos. Mero jogo de cena.

Aos poucos o gigante foi adormecendo outra vez e apenas um ou outro espasmo ainda teima em pulular. Os avanços daquela semana de votações madrugadas adentro aos poucos foram “corrigidos” e devidamente adequados aos interesses... do Congresso.

E agora?

Agora temos uma pauta já sendo comandada pelo Congresso enquanto queremos fritar a presidente, pra deleite dos parlamentares. É o que nos restou e é o que temos.

Eu, de minha parte, tentei muito!

Militei on line com intermináveis debates. Fui pra rua. Participei de plenárias no Museu da República e na Rodoviária. O fiz sempre alertando pro que realmente acontecia. Fui taxado de petista (?) e de yankee (este se superou) e de reacionário (doeu no ouvido vindo de quem vinha). Insisti. 

Mas de tudo, dessa langanha toda, a imagem que melhor explica o lance de tudo foi a do Rafa, um amigo meu lá de Salvador. No Skype a gente conversava e programava uma viagem “a qualquer hora pra algum lugar” – fazemos isso há dez anos e nunca nos conhecemos pessoalmente – quando perguntei pra ele se ele acreditava que as coisas iam mudar (não dá pra falar "iriam" mudar, senão ele me casca). Ele olhou pra mim, pela webcam, fez uma cara de cú (termo recorrente que a gente usa lá nas Geraes, né?) e tascou: - Mudar, vai sim. Mas e daí?

Naquela noite fiquei mó tempão pensando no fdp do Rafa. Ele sempre faz isso. Destrói minha pose de analista social e político. Por um instante passou pela minha cabeça tudo o que eu tinha visto desde o início das manifestações e no fim, a cara gorda do Renan, todo raposão, felpudo, em slow motion e a voz do Rafa zunindo no meu escutador de novela: - E daí? Virei pro lado e adormeci.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Esse eu trouxe lá do "outro" meu, o Raiz Forte (www.raizforte.blogspot.com)


Comportamento: "Reza a Lenda" bomba no Facebook e resgata memória de município do Triângulo Mineiro


Em alguns posts, como o de Jonas Alves, as imagens
são verdadeiros Túneis do Tempo.

Luciano Beregeno
da Redação


A frase é conhecida quando se quer indicar o fato sem mostrar a autoria. Mas, no caso de Araguari, município do Triângulo Mineiro a 570 da capital Belo Horizonte, o famoso "Reza a Lenda" se transformou em nome de um grupo no Facebook. Nele estão reunidos araguarinos nativos e outros por adoção, no resgate de memórias do cotidiano da cidade nos últimos 50 anos. É uma viagem ao passado mais e menos distante, que aos poucos, revela aspectos divertidos e únicos da comunidade e que se se tornam conhecidos pelas gerações mais novas. O grupo pode ser acessadoaqui, para quem tem uma conta na rede social.

Sem qualquer pretensão além do divertimento, o grupo foi criado pelo historiador Zenir Filho, como opção de "relax" entre os amigos mais próximos. O próprio fundador não esperava o sucesso da empreitada. "Na verdade eu imaginava que ficaria entre o Léo Vieira, eu, o Calvino, o Dione, a Beatriz dos Anjos e Raquel dos Anjos (minhas irmãs) e os amigos da época do Relicário. Não imaginava que tomaria esse vulto", conta Zenir. E realmente o grupo cresceu. Até o fechamento da matéria o grupo já possuía 1057 membros, em seus pouco mais de três dias de fundação.

Aos poucos os relatos vão trazendo a público preciosidades do dia a dia de uma Araguari que muitos apenas ouviram falar. Numa das postagens, o economista Leonardo Vieira lembrou da movimentação dos frequentadores do Pica Pau Country Club, um dos maiores em sua categoria na região. Foi o suficiente para que os comentários revivessem situações e experiências pessoais, relatadas abertamente e que passam a compor a memória da cidade, publicamente acessível. Nos comentários sobre o clube Pica Pau, o professor Christiano Póvoa, araguarino residente em Goiânia, lembrou: "Lembro de andar pelo Pica-Pau aos sábados, escutando A-Ha, Modern Talking, Barão Vermelho e outras boas músicas pelos auto-falantes e de pegar carona tanto na ida quanto na volta. Lembro de combinar com minha mãe que, se eu lavasse o carro no sábado pela manhã, ela me levaria e me buscaria no Pica-Pau. Imagina, eu com 13, 14 anos, lavando e encerando um Opala...e a hora que eu acabava, armava a maior chuva...".

Em outra postagem - mais da história da cidade, sempre introduzida pela chave "Reza a Lenda"- a ortodontista Fernanda Debs Diniz conta um pouco dos hábitos de uma juventude que viveu seu auge no fim dos anos 1970 até o início de 1990. "Reza a lenda que a moçada ia toda para a missa da Matriz (Senhor Bom Jesus da Cana Verde) aos domingos à noite,mas dizem que na hora do sermão a molecada ficava toda do lado de fora paquerando...reza a lenda...", enfatiza Fernanda.



Já Adriana Martins Campos, também ativa militante do Reza a Lenda, o grupo também tem função terapêutica. Em postagem recente ela vaticinou: Reza a lenda que este grupo está ativando a memória afetiva de alguns e com isso contribuindo para que um tal alemão Alzheimer, não te visite!!!rsrs". E se depender dos demais membros, além de afastar o 
Alzheimer, muita alegria ainda está por vir.

E a importância do grupo não se restringe a apenas aos comentários. Por se tratarem de relatos testemunhais em sua maioria e alguns ainda acompanhados de fotografias, hoje guardadas em acervos particulares, o Reza a Lenda passa a compor os mecanismos de perpetuação e transmissão da história. Pelo menos é no que pensa o fundador do grupo. "Acho que sim, torço para que sim. Sou historiador, professor de história, então seria maravilhoso isso", avalia Zuenir Filho.Zenir não descarta a possibilidade de usar os relatos no grupo como material em sala de aula, uma vez considerar que os relatos são "muito vivos e emocionantes".

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Uma ode à EPTG...





                                                            ...luzes de um tempo
Amanhecer na EPTG. Foto: Ed Alves/CB
Luciano Beregeno

Se João do Santo Cristo tivesse chegado a Taguatinga e ido ao Plano Piloto pela EPTG, à noite, ele teria ficado bestificado não com as luzes de Natal, mas com a imponência fascinante dos faróis sob a guarda das lâmpadas que margeiam a bela menina a qualquer época do ano. É um fascínio único. E tenso. Monumental, como quase tudo em Brasília! 

A EPTG é assim. Imponente, convidativa, desafiadora. Uma menina construída estrada que tem alma de hight way. Ela brinca com você de dia e tenta seduzir à noite. Ela sabe que é veia e artéria para seus milhares de pneus.

Ela sabe que além da borracha é o sangue que circula por ela, levando o movimento a gigantes como Taguá, o Plano, Águas Claras, o SIA e o Guará. Por isso é vaidosa. Quer ser fotografada, espiada a cada tanto pra que ninguém passe desabalado e não repare sua presença.

Manhosa, faz questão de ostentar fachadas iluminadas, janelas opacas – mas iluminadas – mato verde cheio de pontinhos brilhantes e sua gente. Gente que mora bem ali do lado, tão pertinho que dá pra sentir a chão tremendo quando passam os carros. Gente que caminha nela e sobre ela. Gente que atravessa por cima e nem sempre tem tempo pra observar, dar aquela admiradinha e se deslumbrar com uma EPTG que pulsa, vibra. Revela-se movimento que traduz vida.

Pela manhã, a imensa serpente de concreto e asfalto entrega a Brasília seus trabalhadores e seus possantes – carros ou sapatos são todos construtores do que foi sonho e hoje é realidade. A noite avança e o psicodélico frenesi dos faróis grita alto que é hora. Hora de chegar em casa e organizar a rotina. Hora de parar, desacelerar com a certeza de ter feito mais que ontem. Ou nem tanto.

Mas ela continua lá, acesa, pulsante, mostrando pra nossa estória candanga que ainda é cedo ou tarde demais pra parar. É a EPTG quem nos diz: Brasília, suas luzes, suas vias e sua História, têm que continuar.

terça-feira, 30 de abril de 2013

Página de licitações do GDF está fora do ar

A página de consulta do GDF está indisponível
Luciano Beregeno
Ricardo Vaz
Hanna Bárbara
Ícaro Henrique



A página de licitações do GDF está fora do ar para consultas. A constatação é de um grupo de alunos do primeiro semestre do curso de Jornalismo da Faculdade Anhanguera de Brasília, que tentavam cruzar dados entres os contratos do GDF e o maior doador da campanha a governador do então candidato Agnelo Queiróz (PT)  - a Galvão Engenharia Ltda.

Pelo site do TSE, a construtora doou R$ 500 mil à campanha de Agnelo ao governo do Distrito Federal em 2010. Por estar fora do ar, saber se a empresa detém contratos com  GDF torna-se tarefa complicada.

Fonte: TSE

Em 2009, o Tribunal de Contas do Distrito Federal determinou à Novacap a suspensão da pré-qualificação das empresas que concorreriam na licitação para a reforma do estádio nacional Mané Garrincha. Dentre as empresas que concorriam, figurava o nome da doadora de campanha de Agnelo, Galvão Engenharia Ltda.

terça-feira, 5 de março de 2013

Caldas Novas - Falta inteligência ao Executivo em suas atuações



Luciano Beregeno


O projeto de lei que prevê a concessão, por contrato, da área onde antes funcionava o parquinho da cidade, em Caldas Novas, é uma obra prima da falta de inteligência de uma administração refém dos debates sociais que ela, por incapacidade, não consegue liderar e nem estabelecer uma agenda positiva.

Reza o projeto que deve ir à primeira votação hoje, que depois que a Justiça determinou a retirada do parque, a criminalidade na área cresceu. Cresceu como Senhor Prefeito? Que raios de atuação da Polícia Militar é essa que só surte efeito em mega festas? Que triste realidade é esta que se esconde atrás dos alardeados feitos de segurança patrocinados pela expertise do prefeito, retumbantemente estampadas em perfis nas redes sociais, manipulados por assessores como se o prefeito fosse, em atitude clara e límpida de indução a erro o cidadão menos afeito às lides da Internet?

É um questionamento que deve ser feito, repensado e exaustivamente debatido. O uso de uma área como aquela não permite que uma administração tacanha e amedrontada se valha de um recurso obscuro como a “concessão”, para dar resposta a um percentual cuja expressão desconhecemos todos, de insatisfeitos, em detrimento de uma totalidade que se resulta acima dos 70 mil habitantes.

Não senhor prefeito. Não é essa atitude despida de inteligência de gestão que deve ser adotada. O senhor e sua equipe muito criticaram seu antecessor – Ney Viturino – pelas atitudes que o senhor e seus companheiros consideraram inúmeras vezes imaturas, irracionais e burras. Então, não é hora de fazer o mesmo. Maior descrédito o senhor terá, senhor prefeito, se permitir que suas ações, por mais rotineiras que sejam, possam vir sobrecarregadas de dúvidas quanto ao objetivo de sua adoção.

Se existe problema de criminalidade crescente no local – como explicitado em sua justificativa do projeto - que a inteligência de Segurança Pública e a inteligência de Gestão tomem providências. Meios a prefeitura tem, de sobra, para fazê-lo, ainda que o façam quando seus interesses assim o determinam. Lembremos do fiasco do Caldas Contry Fest 2012, explorado por seus companheiros como desastres cuja responsabilidade era apenas do prefeito anterior. Apenas se esqueceram de mencionar que o fiasco era, de fato, do governador do Estado, verdadeiro e único Comandante em Chefe da Força policial de Goiás. Uma mentira leve com fundo eleitoral que a cidade aceitou.

Quanto à carência de atrações existente em Caldas Novas por falta de investimentos da administração anterior, é um sofisma lamentável. Não há nem o que se comentar aqui, pois seu maior apoiador, o Grupo Privé – aliás, berço de seu vice-prefeito, correto? – foi magnanimamente beneficiado pela administração anterior, este sim, um dos grandes pecados cometidos. Pela nobreza e magnitude, o Privé proporciona atrações excepcionais ao turista. Ou não? Tem se tornado praxe nessa administração promover a negatória das afirmativas, um dilema filosófico que acredito vocês resolvam até o fim do mandato.

Bom, como tempo e espaço são caros, deixo aqui minhas observações quanto à desnecessidade de se discutir afoitamente o melhor direcionamento para a área. Muito menos tomar ações precipitadas, a menos que se prestem a algum objetivo não muito republicano. Quero confiar no seu tino administrativo prefeito. Quero muito, pelo bem de Caldas Novas. Mas até o momento, ainda persiste este vácuo em seu governo.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

E o Caldas Country 2012?



Por Luciano Beregeno* 



Todos nós assistimos bestificados tudo o que aconteceu no Caldas Country 2012. Tudo, do lixo ao luxo. É inegável que o festival se consolidou como o maior evento sertanejo do País e colocou Caldas Novas no centro de uma polêmica sobre os benefícios e os malefícios para a cidade.

Desde a quarta-feira, 14 de novembro, a cidade começou a perceber o que seria a edição do ano. Corpos nus bem torneados de moças e rapazes, na verdade, meninas e meninos na flor da idade, já desfilavam pela cidade, sequiosos, ávidos por diversão em todos os níveis. O clima esquentou e os ânimos exaltados venceram a censura. Pulou-se sobre o container que a PM Turística usaria como base; pulou-se sobre capoos, pulou-se sobre ele, sobre ela, numa resposta frenética e afirmativa à pergunta: E aí, comeu?

Se devoraram (me permito a quebra da norma gramatical em prol da literalidade). Eis a verdade plástica. Foi um festim sem medidas e mesuras. Um nababesco e despudorado show de imoralidade, amoralidade, sexo, violência, morte e desrespeito, regado a muita droga, indignação e... sucesso! Sim, sucesso absoluto e inegável. De público e arrecadação. E é aqui que damos início ao nosso dilema. Foi bom pra você?

Foi ótimo! Me mandei da cidade pra junto da minha família na capital da República, mas antes, aluguei meu apê pra uma galera bonita que foi pra cidade. Lucrei. Então, foi ótimo! É essa perspectiva que temos que observar ante a ilustração que fiz sobre a vantagem que eu recebi.

O Caldas Country hoje é patrimônio da cidade. Patrimônio de Goiás. E falta pouco pra ser Patrimônio do Brasil, um status que deve ser alcançado em três ou quatro edições. E isso é necessário para Caldas Novas. A dinâmica econômica e social da cidade exige um festival como CC para satisfazer a megalomania característica da goianidade caldense.

O problema ,e que o festival cresceu muito e a cidade não se preparou pra ele. Culpa de quem? Culpa da prefeitura, que não aceitou o caráter de irreversibilidade do evento e não usou o evento para satisfazer as necessidades da população.

Culpa do Ministério Público que não teve amplitude na interpretação do cenário do que seria o evento a cada nova edição, devendo usar os buracos dos anos passados nos acordos de vontade dos anos vindouros.

Culpa da PM que se permitiu ser omissa sob as ordens nascidas do interesse privado que se sobrepõe às necessidades coletivas.

Culpa do Governo do Estado que é provocado a despejar dinheiro na realização do caldas Country, mas abre mão do controle compartilhado.

Culpa do Governo Federal que despeja rios de dinheiro na realização do evento e também se omite enquanto poder organizador e regulador.

Culpa dos organizadores, que ainda enxergam Caldas Novas apenas como canal de lucro, não devolvendo à comunidade, parte do que ela lhes dá. Nos 363 dias restantes do ano, a organização do Caldas Country praticamente inexiste em Caldas Novas e nunca se faz presente em qualquer trabalho que seja de educação, preparação e até mesmo investimentos sociais. É uma relação vampírica.

Culpa da empresária Magda Mofatto, que também morde no lucro do Caldas Country e se comporta como seus organizadores.

Culpa da deputada Magda Mofatto, que é porta-voz das necessidades do povo de Caldas Novas; agente política altamente inserida na teia de interesses do Caldas Country e representante do Estado de Goiás na Câmara dos Deputados.

Culpa do deputado Evandro Magal, que na condição de parlamentar nunca capitaneou uma discussão com a comunidade, sobre os rumos do festival e seus efeitos sobre a vida do cidadão.

Culpa da Câmara de Vereadores, que subservientemente se omite das discussões e abre mão das audiências públicas acerca do tema.

Culpa da imprensa, que ainda não se descobriu Imprensa e se restringe a uma função meramente reportadora de fatos.

Culpa da população, que nunca se organizou para discutir o Caldas Country, exigindo participação de todos os entes citados anteriormente aqui e outros que eu ainda poderia levar mais três páginas culpando.

Culpa da Justiça, dos patrocinadores, dos pais e mães que não sabem educar, enfim, culpas.

Culpas existem muitas. Mas o momento de se culpar este ou aquele, é insignificante em face da importância do evento.

Caldas Novas precisa do Caldas Country. E precisa também discutir com todos os envolvidos, o modelo de evento que deverá acontecer ano que vem. E nos ano seguinte, e no outro, e no outro. Uma discussão séria, comprometida, racional, sem extremismos. Uma discussão que colocará o evento nos eixos e devolverá à cidade, a dignidade que lhe foi retirada este ano, quando sua imagem ficou associada, nacionalmente, ao casal transando – transando não, trepando mesmo, como cães no cio – na rua, sob olhares de todos os matizes. Dignidade destruída pela barbárie estampada no You Tube, pelo vídeo de um automóvel sendo consumido pelas chamas e as pessoas se divertindo ao redor do veículo, como se fosse apenas mais uma fogueira, um fogareiro a mais.

Caldas Novas não é a cidade do “onde tudo pode”e “aqui é assim”. Não mesmo. Existe lei e existe quem a faça ser cumprida. E se, em algum momento se confirmar a denúncia de que a PM não pode atuar sob risco de demissão, que a população empunhe paus e pedras, identifique os mandantes e os linchem em praça pública. Eu mesmo me ofereceria para construir a guilhotina.



* Luciano Beregeno é Jornalista, ex-secretário de Comunicação de Caldas Novas.


quarta-feira, 11 de abril de 2012

Então, para justificar bem o meu salário...em verdade eu vos digo... caríssimo Hedson Arantes...




Eis a mensagem direcionada a mim, publicada em um grupo de discussão no Facebook, hoje, 11 de abril, pelo jovem Hedson Arantes:



Ao senhor Luciano Beregeno

Como assessor da prefeitura de Caldas Novas, acredito que anda devendo algumas explicações,sobre as últimas denúncias contra o prefeito que paga seu salário com dinheiro do povo,pago atráves dos impostos,eu sou povo,portanto deve me esclarecer algumas situações.

- Contas rejeitadas do prefeito Ney Viturino,até agora o senhor não se posicionou com o mesmo afinco quando se envolve em debates sobre Cachoeira,Marconi ou Magal,falta de tempo,ou de argumentos pra defender o prefeito?

- Queria saber se o senhor ainda continua mandando e editando aqueles videos sobre os erros de português do prefeito Ney Viturino,ou ele aprendeu a falar graças a sua formação jornalística?

- Como assessor de comunicação do prefeito,o senhor ao invés de manter o bom relacionamento com a imprensa local,criou uma antipatia perante a grande maioria,não por estar defendendo o prefeito,mas por fazer isso usando de ameaças e ofensas pessoais.

- O senhor devia explicar porquê a rede de supermercados que será inaugurada em Caldas Novas brevemente,sofreu várias tentativas de boicote da prefeitura,e se o seu prefeito irá na inauguração do mesmo fazer politicagem.

- Queria saber se é verdade que após as eleições deste ano o senhor já tem um plano B pra sair de Caldas Novas,pois o senhor teria confidenciado a 'amigos' que em caso de derrota,mudará se pra Brasília,tendo em vista a rejeição que o senhor mesmo criou junto a formadores de opinião.

- O que pode tranquilizá lo agora é que o povo não te conhece,sua opinião não tem peso junto ao povo mais simples e humilde,que é quem decide uma eleição,ou seja sua rejeição não vai atrapalhar a já alta rejeição do atual prefeito bem como o candidato que ele vier a apoiar,já que ele mesmo já disse informalmente que poderia ser Otaviano da Cruz.

- O senhor não acha leviano criticar um empresário da cidade,gerador de empregos,que nunca roubou um centavo de ninguém,conseguiu tudo a base de trabalho,não precisa de salário de vereador pra se manter,sendo que todos sabem que o atual prefeito enriqueceu misteriosamente desde que assumiu a prefeitura,não tendo nenhuma outra atividade paralela a política?

- Gostaria que o senhor me explicasse porquê a verba que veio pra asfaltar o setor Holliday,foi usada pra asfaltar apenas a avenida que passa em frente a Chácara do prefeito situada na mesma região?

- E antes que o senhor venha com ameaças,saiba que não tenho medo,não ganho de nenhum político,e me sustento hoje com o dinheiro que ganhei entregando jornal nas ruas da Irlanda.

Respeito sua pessoa,porém como assessor lamento dizer,mas tem sido desastroso,indelicado e aventureiro.

Ainda bem que é formado,tem uma profissão e com o término do mandato do prefeito terá oportunidade de continuar desempenhando bem sua profissão,diga se de passagem,um excelente jornalista.Resta saber se em Caldas Novas....






Então, para justificar bem o meu salário...em verdade eu vos digo... caríssimo Hedson Arantes...

Não entendo bem essa postura de paladino que você tentou assumir ao fazer cobranças a mim, mas, lhe respondo com muito, mas muito prazer mesmo. Em primeiro lugar sua arrogância não lhe permite ser imprensa com ética e imparcialidade, como deveria ter pautado sua profissão. Mas particularmente, acredito que esta tenha sido sua opção por questões de foro íntimo e não vou comentar opiniões que dizem respeito ao seu valor e sua consciência, pois estes, você bem os conhece e calibra.

Sou sim assessor da prefeitura de Caldas Novas e, caso você soubesse acompanhar o trabalho de uma equipe que atende as demandas do município, mais interessado no bem estar da cidade que no de seus patrões, saberia que cumpro minhas tarefas da melhor e mais zelosa forma possível, não tendo para isso limitações de horários ou de privacidade. Quantos me procuram por ajuda dentro do que a lei me permite, assim o faço. E o faço por dever de consciência de saber que meu sustento sai do imposto que este cidadão, verdadeiramente necessitado, paga, aos cofres públicos.

Não me lembro de ter tido qualquer conversa com você sobre esse trabalho ou minha atuação na Imprensa, seja na mineira, goiana e até mesmo a brasiliense, motivo pelo qual não reconheço em você, qualquer legitimidade para lançar sobre mim seus ataques, na seara profissional. Nossas áreas de atuação são muito diferentes. E pelo visto, assim permanecerá por muito tempo. Lembre-se: usar um microfone e nele vomitar verborragicamente suas opiniões, rasgando o Código de Ética da Radiodifusão, não o torna celebridade e muito menos referência, a não ser do que “não se fazer”, quando citamos exemplos negativos. Mas isso também não vem ao caso.

Lembro que de suas cobranças em seu ataque, apenas uma refere-se à minha atuação na assessoria: a pavimentação do Setor Hollyday. Nota-se aqui que você novamente deixou-se dirigir por um vetor errado e nem ao menos teve a decência de buscar informações com seus pares mais esclarecidos, sobre o asfalto naquele Setor. Mas, graças à qualidade dos profissionais do setor, que atendem a população, não só essas ruas foram pavimentadas, como também mais ruas de outros setores próximos. E sim, a avenida principal do Setor foi asfaltada. Mas ela passa longe, muito longe da entrada da chácara do prefeito. Dizer isso é leviano, desrespeitoso, amoral. É induzir o leitor desatento a uma idéia de erro, a um julgamento errôneo sobre a conduta de uma pessoa. Você se alinhou àqueles que deturpam, distorcem e não respeitam o leitor, o ouvinte, o cidadão. Preferem induzir ao erro e tirar proveito disso. Ou vai me dizer que estas pessoas que você sabe quem são, são exemplos da boa prática jornalística? Faça esse exame de consciência meu caro. Use suas cercas morais para uma reflexão justa.

Quanto à rejeição das contas do prefeito Ney Viturino, novamente estamos diante de um impasse, não acha? Acredito piamente que você, assim como eu, também tenha lido o relatório do TCM. Lá ficou bem claro que houve problemas de avaliação e análise por terem acontecido problemas técnicos quanto à transmissão de arquivos, gerando incongruências entre o meio físico e o digital. Como acredito que você tenha lido e tenha capacidade de assimilação e entendimento, é claro que você, assim como eu, também entendeu o que o TCM disse. Ou não entendeu? Posso ser mais didático em outra hora, caso assim prefira.

Outro assunto abordado em seu ataque foi em relação a vídeos com os erros do prefeito. Não cheguei a vê-los e, se entendi bem, você me acusa de tê-los feito ou de tê-los editado? Seja mais claro. Em todo caso, me antecipo: se me acusa de fazer, saiba que, equipe de ataque nessa modalidade, quem tem é a ex-prefeita. Peritos absolutos nisso. Mas como também não detêm conhecimento sobre estratégias de comunicação, pouco efeito tiveram. Se acusa de ter editado os vídeos, ainda que o fizesse, estaria sim cumprindo minha função de torná-los mais inteligíveis ao cidadão. Mas como o disse antes. Não conheço tais vídeos. Caso tenha algum, me mande por favor.

Também você permeou por outra seara em sua acusação, acerca do meu relacionamento com a “imprensa” e que eu estaria me tornando antipático. Em primeiro lugar, assessor de imprensa simpático é aquele que pretende “cavoucar” espaço para seu assessorado. No caso de órgão público, a função dele é estabelecer canais mais limpos para evitar ruídos na mensagem. Simpatia é bônus. Pouco adianta ser simpático e não servir. Desafio qualquer veículo que tenha trabalhado comigo, a me mostrar quando e porque deixei de prestar alguma informação, quando solicitado. Enquanto secretário de Comunicação, que fui até o fim de 2010, nunca deixei de prestar informações quando procurado. As matérias, inúmeras, que foram publicadas nos nossos tradicionais jornais, e que não trouxeram o “outro lado”, ou seja, a justificativa da prefeitura, foram assim publicadas exclusivamente por decisão editorial, com o intuito de bater e denegrir a imagem do prefeito e da prefeitura e, por tabela, da cidade. O princípio da equidade em momento algum foi observado por estas publicações que tinham e têm objetivo único de defender o governo do Estado, promover o pré-candidato a prefeito Evando Magal, às custas de muito, mas muito dinheiro público e cargos. Tanto é que receberam mordaça para que nada fosse publicado, que pudesse ferir a imagem do governador e do deputado-candidato. Agora lhe pergunto: há honra nisso? Há honra em trabalhar para isso? Com a resposta, os assalariados do cachoeiroduto. E em tempo: sou antipático apenas àqueles que não conseguiram arrancar dinheiro dos cofres públicos. Esses sim têm todos os motivos do mundo para me verem como antipático.

Você também singra por caminhos já antes discutidos – o do mau uso da informação, da distorção degenerada e com objetivos escusos – quando cita a questão do Supermercado Bretas e sua instalação em Caldas Novas. Você claramente atribui à prefeitura, os impedimentos à época tão xiitamente apresentados pela mesma imprensa bancada pelo cachoeiroduto. Porém, gratas e raras exceções souberam trabalhar bem o tema. O Bretas teve problemas para se instalar aqui sim, mas por força de uma liminar concedida pela Justiça, a pedido do Ministério Público, que proibia a emissão dos Atestados de Viabilidade Técnica Operacional, os AVPOs, para qualquer empreendimento de grande porte na cidade. Foi o MP e não a prefeitura quem complicou a vida do Bretas naquela época. E o pior, resolvida a questão judicial, o entrave ficou por conta da Secretaria de Estado dos Recursos Hídricos e Meio Ambiente. Isso em 2010, quando Alcides Rodrigues estava no governo do estado e quem dava as cartas era Evando Magal. No frigir dos ovos querido, quem sacaneou o Bretas além do MP? Você consegue deduzir isso sozinho? O problema foi sanado e agora, há flexibilidade para que novos empreendimentos se instalem. Mas a pergunta que faço: quem foi que ouviu, à época, o Ministério Público?? Quem teve coragem de questionar o “atraso” na geração de emprego, que a medida do MP estava causando? Quem? Quem se portou como Imprensa no episódio, merece meu respeito.

E agora, vamos aos comentários dôo seu mais estúpido ataque contra mim, não contra o assessor. Em primeiro lugar, quem te levou a história é tão ou mais estúpido do que quem nela acreditou. Sair de Caldas Novas por conta de eleição?? Enlouqueceu? O plano B que eu tenho é sim, estar em Brasília, mas o motivo é bem outro. Durante sua estada turística na Irlanda, talvez você tenha se esquecido de como se inteirar das coisas locais ou, a bem da verdade, você mesmo disso que queria distância “disso tudo aqui”, repetindo comportamento que teve ao deixar a Rádio Pousada, quando dela saiu. Mas vamos aos fatos. No fim de 2010 fui diagnosticado com câncer – um Linfoma não-Hodgkin. Fui para Brasília às pressas e me submeti a um tratamento que durou boa parte de 2011, inclusive com quimioterapia. O tumor entrou em remissão, mas ainda existem três linfonodos alterados, identificados na parte superior do meu corpo (região do pescoço, axilas e clavícula). Esses tumores, obrigatoriamente, me levarão a um acompanhamento mais minucioso a partir do fim deste ano, não porque já terá passado a eleição e sim, porque eu entro no segundo ano após o tratamento e ainda há riscos a serem afastados. Talvez você nem saiba disso com essa riqueza de detalhes, porque nem sequer tenha tomado contato com esse tipo de problema além do que foi dito pela TV no caso do Gianecchini. Lhe digo que não tenho a menor intenção de morrer de câncer e vou continuar a combatê-lo como estou fazendo desde o ano passado, pelo SUS, num hospital público porque, quando eu criticar um dia a Saúde pública, será como usuário efetivo dela, não como especulador interessado apenas em tirar proveito disso. Então meu amigo, não me venha falar em rejeição ou qualquer outra tolice que só pode ter saído de cabeças doentes e atormentadas. Não queira apontar o dedo pra mim e pronunciar “achismos” porque se acha no direito disso ou daquilo. Baixe os olhos quando cruzar comigo não pelo que sou, mas pelo que eu represento, pela minha história e pela minha luta. E ao abrir a boca pra atacar a pessoa, olhe bem se não há nenhum respingo de lama sobre você. O que eu passei e a história que eu escrevi, a minha história, ninguém, mas ninguém mesmo vai meter o dedo podre , com opiniões rasteiras, impróprias, tolas, abjetas e fruto da incompetência absoluta em se estabelecer. Acredite: estar à frente de um microfone e nele vomitar verborragicamente o fruto da própria estupidez, não torna ninguém celebridade, inda mais quando se aproveita da boa fé do ouvinte. Não tenho a menor preocupação em ser reconhecido ou ser aprovado. Tenho convicções acerca de muitas coisas na vida e nelas, me fortaleço sempre. Ao longo da minha carreira, questionamentos como esse, seu, sempre me trouxeram a consciência do dever cumprido. Não desempenho minha função para agradar ninguém, e sim, para dar às pessoas, condições de decidirem sobre algo, baseadas em informações que embasem o julgamento justo.

Você ainda tenta me passar pito em relação ao empresário Waldo Palmerston, na sua definição, a imagem da probidade e do empreendedorismo. Foi você mesmo quem escreveu aquilo? Foi você mesmo quem babou aparvalhadamente no saco dele? Somente se for para justificar salários passados ou futuros é que vou aceitar como suas, palavras tão imbecilizadas. Desde quando “gerar emprego” é ação benemérita? Ele gera emprego porque da força de trabalho ele gera fortuna, riqueza e depende desses empregados para continuar usufruindo da riqueza e do conforto que o dinheiro proporciona. Ou você conhece outra lógica de trabalho e geração de renda que não seja a clássica definida pelo sistema? Se bem que Galbraith acentua que o atual estado do trabalho seja substituído pelo estado do lazer em breve...rezemos! Politicamente ele está ligado sim ao tucanato degenarado e isso, é incontestável. Sua defesa então ganha ares ridicularizados. E entenda, ao dizer isso, nem de longe é ameaça. É apenas a reafirmação de um dos mais antigos ditados que tenho em conta: galinha que acompanha pato, morre afogada!

Por fim, lhe digo na mais pura certeza que pretendo sim, ainda, exercer minha profissão por muito tempo ainda, e em Caldas Novas. Quanto ao fato de você estar se sustentando com o dinheiro que ganhou entregando jornais na Irlanda, acredite, isso não é grande feito. Se você saiu daqui pra entregar jornais lá, é porque não possuía qualificação para exercer uma das muitas profissões que requerem habilidade naquele País. Repense esse argumento e invista na sua carreira, na sua formação. Não me alegra ver brasileiros saindo daqui pra limpar sanitário na Europa e ainda achar que isso é vantagem. Não mesmo. Não é nenhuma vantagem. Vá para o exterior para melhorar sua formação, suas aptidões. Pra entregar jornal e limpar vaso sanitário, não.

Sair do Brasil para entregar jornais ou limpar latrinas na Europa ou Estados Unidos, é aventurar-se. Então, quem de nós dois é o aventureiro? Pelo ataque que você me fez, quem de nós dois é o indelicado? E ainda, por demonstrar aqui tanto desconhecimento sobre tudo o que fala, quem é o desastroso no desempenho da função?

O respeito Hedson, aos mais antigos na profissão, não é regra. É demonstração de superioridade da alma, de humildade, de desejo de continuar aprendendo e se melhorando como pessoa. Não se engane. Seus ataques foram pessoais, direcionados e bem orientados e eu não o condeno de defender seu grupo, ainda que este grupo esteja altamente comprometido por toda a sorte de denúncias que enxovalham o Estado de Goiás, cachoeira abaixo. Pense melhor, da próxima vez em que desferir um ataque, se está preparado para isso.



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Bem, sou um cara simples, buscando coisas simples, mas com muita peculiaridade... Como Jornalista levo a sério meu trabalho e, sem falsa modéstia, o faço muito bem feito. Não tomem isso como arrogância ou prepotência. É que respeito minha profissão, muitas vezes mais que o próprio ser humano. Gosto de ser Jornalista, amo a profissão e a ela me dediquei a vida toda e me dedicarei enquanto me fôr possível exercê-la ou ela exercer seu fascínio sobre mim. Para mim, ser Jornalista, é uma honra! Mas não se engane... faço o que tem que ser feito, e não o que a maioria gostaria que eu fizesse!